Dario de Gêmeos escreveu:
- Esse novo golpe é bom, Any... Imagino que consegue quebrar uns crânios com um lançamento encoberto nessa velocidade. Esse golpe já tem nome?
Ai que drama! Anya riu enquanto liderava o caminho até o terraço
- Pensei em algo poético como... Punição Capital! - ela balançara os braços numa pose exagerada, terminando com as mãos solenemente cruzadas, como em reza. Ou tão solene quanto ela podai ser segurando uma maçã meio mordida
- Mas seus reflexos estão bons; já pode considerar um treino feito hoje. Agora ninguém pode reclamar de jogarmos conversa fora. - ela não escondia o tom de desculpa esfarrapada em sua criação.
Ela sabia que Dário gostava do terraço. Mas também, quem não gostaria? Ela tinha de concordar que seu pequeno refúgio tinha de fato uma vista de tirar o fôlego. Chegando lá, uma mesa com uma jarra d'água e uma caixa com velas indicava que Anya também passava bastante tempo lá.
Dario de Gêmeos escreveu:
- Você pode acabar pegando um resfriado, Any. Porque insiste em não usar os calçados? No mínimo vai te poupar de ter um pé preto no final do dia
Ela riu novamente da preocupação do companheiro. A quanto tempo ela não ficava doente mesmo? Na verdade, nenhum deles. Rapidamente a imagem mental de Charlize, com toda a sua elegância e imponência, lutando com o nariz escorrendo assaltou a mente de Anya, quase fazendo-a cair na risada.
- Você sabe que fatores climáticos não nos deixam doentes, mas sim microrganismos, não é? - ela indagou, sentando-se no parapeito do terraço, cruzando as pernas sobre a estreita superfície, deixando Dário escolher onde preferia sentar
- Desde o século passado que Antonie van Leeuwenhoek enviou esses manuscritos para a Royal Society e mesmo em Cambridge o pessoal vivia revirando as cópias daquilo. - ela ameaçava começar a falar sem parar, mas um olhar não tem discreto assim para a sola de seus pés a fez mudar o rumo da conversa
- Aqui não é tão sujo assim; só molhar os pés já é suficiente. A sensação de pisar na pedra fresca vale a pena o trabalho. Você devia tentar um dia. - ela aconselhou, mordendo mais um pedaço de sua fruta.
Dario de Gêmeos escreveu:
- Você sempre quis ser uma amazona, Any?
A pergunta a pegara desprevenida. Ela estava lá a bastante tempo, mas nunca realmente pensara nisso. Enquanto mastigava devagar, ela pensava. Sua mente voltava muitos anos atrás, enquanto sua maior preocupação era o que estava acontecendo nos jardins dos colégios de Cambridge.
- Sempre é uma palavra forte. - ela se deixou divagar, apreciando a vista também
- Mas também se você me perguntar o que eu queria ser antes de descobrir sobre o santuário, também não tenho uma resposta para isso. Mas se você quer mesmo saber, eu já me meti em muito mais brigas do que tenho orgulho de contar antes de Ryan me encontrar. - ela riu, como que embaraçada de sua infância. Será que aqueles três meninos, seus "inimigos" mais frequentes, estavam bem?
- Para horror de minha mãe, eu já era uma guerreira da justiça assim que consegui andar sozinha pela vizinhança. Ou pelo menos, era assim que eu me via. Tanto que houve muito pouca discussão considerando que um homem estranho levou sozinha uma garotinha de 7 anos para o outro lado do continente.Ela ponderava. Sim, escrevera para os pais e as vezes até recebia resposta, mas será que eles a reconheceriam caso fosse visitá-los um dia? Quando ficassem velhinhos e cansados de trabalhar, ela poderia trazê-los para Rodório? Coisas que quase nunca passavam pela sua cabeça, mas que estavam lá.
- Sim, eu estou feliz com isso. Você consegue me imaginar cuidando da livraria da minha mãe? - ela riu, afastando a possibilidade
- Eu sempre tive a tendência a tomar a luta dos outros nas mãos... Por que não tomar a do mundo todo? - ela voltou a olhar para Dario
- Afinal, algo tão bonito assim deve ser protegido, não é?Ela apontava o Santuário, Rodório e por fim o mar que podiam ver de seu terraço.
- Você falou que muitas crianças de Rodório sonham com essa posição. Era o sonho de vocês também? a pergunta era tanto para Dario, quanto para Dagon.
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