Os guerreiros de diferentes Deuses chegariam à Espanha sem grandes dificuldades. Por mais que o trajeto fosse longo, poderia ser algo árduo para humanos comuns, mas não tanto para a elite dos combatentes de cada reino, munidos pela força colossal do cosmo.
Para alguns poderia ser a primeira vez naquele local, mas a Charlize com plena certeza não seria, e diferente dos outros ela não conseguiria passar ali despercebida. Seu rosto, caso descoberto, seria facilmente reconhecido e ganharia a atenção dos habitantes por onde passassem. Afinal, ela foi da realeza ali, assim como os irmãos chineses também seriam reconhecidos, caso em sua terra natal. Talvez o que mais sentiria ali alguma estranheza fosse o guerreiro de Poseidon, mas nada que o penalizasse de forma alguma. Apenas era curioso e de certa forma estranho a ele a forma de viver dos além mar.
Antes de deixarem o Santuário, um servo de Athena os diria que uma pessoa deveria os recepcionar, um informante do Santuário. Charlize saberia o distinguir, ele era Katos, o cavaleiro de prata de Cérbero. Ele era ali o agente responsável por tentar rastrear a ameaça dos Titãs por aquele território. Sua missão se iniciou logo após o ataque ao Santuário, por pedido direto da Deusa. A amazona de Capricórnio saberia também dizer que mais que um cavaleiro de prata, ele era o verdadeiro mestre de Dario de Gêmeos. Ela saberia facilmente distinguir o homem... Pois digamos. Ele não era exatamente um sujeito apresentável. Tal qual a sua constelação protetora, ele era alguém com uma aparência que tendia à bestial. Ela facilmente o reconheceria, ainda mais considerando que as coordenadas levariam para sua localização atual. Uma pequena capela no interior do país. Ali Katos os aguardava.
No pequeno vilarejo os corajosos guerreiros nada veriam de diferente do usual. Veriam pessoas humildes carregando frutos de seu trabalho no campo ou ferramentas. Carroças puxadas por animais fortes, porém bem sujos, castigados pelo cansaço e poeira. Nada diferente da trivial normalidade que ali imperava. Era estranho a eles imaginar que aquele local pudera ter sido percorrido por Titãs, cuja brutalidade chocara as pátrias.
As pessoas de certa forma dificilmente não veriam algo de estranho neles, estivessem trajados ou não. A menos que houvessem arriscado viajar sem os seus cobrimentos metálicos, cujo nome mudava de um reino para o outro. Ouviam então resmungos e comentários abafados, que de forma geral tentavam se disfarçar, para não correr o risco de chamar demais a atenção dos guerreiros. Certamente por medo. Menos de Charlize, que de certa forma acalmava o coração deles. Mas tentavam compreender porque andava com aqueles outros.
- Que estão fazendo aqui?... - um dizia.
- Quem são esses caras... - outro.
- Forasteiros... - um terceiro.
E assim vários resmungos eram ouvidos pelos viajantes.
Seguiriam as coordenadas do papel/mapa/rascunho que estava na mão de Charlize, a liderança designada por Athena àquela missão. Ela poderia confirmar quando enfim chegassem diante da capela, caso não desviassem suas atenções. Mas era difícil imaginar que perderiam tempo considerando o que estava em jogo.
Lá na porta um homem os aguardava, trajando uma armadura prateada um pouco animalesca. O homem era demasiadamente alto, e magro, mesmo que seu físico fosse bem definido. Poderiam dizer que ele era igualmente cinzento como sua armadura, e realmente parecia cadavérico. Ele tinha fios negros e estava com os braços cruzados, como que entediado pela "demora". Estava escorado na parede bem ao lado da porta da pequena igreja. Nas redondezas se via pouca movimentação. Apenas fiéis em um horário aparentemente de almoço. Tudo bem vazio... Quando visse os andarilhos ele falaria.
- Senhorita Charlize, bom ver que está bem - ele olhava os demais com grandes ressalvas, e sua cara cadavérica não ajudava a causar boas impressões. Mas tentava não ser desrespeitoso. Tentava.
- Uma pessoa está lá dentro... Ela diz conhecer vocês dois - apontava para os espectros. Parecia menos desinformado do que aparentaria. Ou eles teriam algum cheiro diferente - assim como diz saber onde está o maldito Portal. Segui os desgraçados até aqui, mas não consegui abrir o caminho por aquele espelho maldito.
Ele apontava para dentro, para que entrassem. Ao mesmo tempo aguardava alguma pergunta, ou qualquer coisa do tipo. Apesar de não ser lá alguém de muitas palavras.
Guiaria eles, caso aceitassem até o interior da Igreja...
Quem poderia estar esperando por eles?...
Sejam bem vindos pessoal. Primeiro post da narração de vocês (Charlize, Aphelion, Eylül e Rylül). Espero que possamos nos divertir.
Turno mais introdutório. Cuidado com as ações, interpretem os chars como acreditam que são e vamos nos atentar ao metagame.
Fico feliz com o grupo, e acredito que todos vão superar as expectativas.